Exercício em Jejum

Afinal, É Bom ou Ruim Para o Corpo?

Nos últimos tempos, o treino em jejum virou tema quente — elogiado por alguns, criticado por outros. Mas a pergunta persiste: exercitar-se sem comer antes é estratégia inteligente ou furada perigosa?

A resposta curta? É não só seguro, como extremamente benéfico.
E mais: tem embasamento evolutivo e respaldo científico de peso.

A Lógica Evolutiva do Jejum + Movimento

Antes de tudo, vamos olhar pra trás.

Na era ancestral, ninguém acordava e ia direto preparar um café da manhã com iogurte e frutas antes de sair pra caçar.

Na prática, a realidade era outra: o ser humano precisava se mover, e muito, antes de comer.

Isso moldou o nosso metabolismo: o corpo aprendeu a mobilizar energia e funcionar com performance mesmo sem alimento imediato. E é por isso que temos adaptações hormonais e metabólicas que favorecem o exercício em jejum até hoje.

Vamos ao que todo mundo quer saber: Queima de gordura

Sim, treinar em jejum queima mais gordura.

Van Proeyen et al. — “Treinamento em jejum aumenta a oxidação de gordura durante exercício de resistência em humanos”
Neste estudo publicado no Journal of Physiology, dois grupos treinaram em intensidade elevada (75% do VO₂ máx). O grupo em jejum utilizou três vezes mais gordura intramuscular do que o grupo alimentado.

Essas gorduras intramusculares (triglicerídeos dentro do músculo) são as primeiras fontes ativadas durante o exercício em jejum. E à medida que são utilizadas, o corpo começa a recrutar gordura de outras regiões para repor os estoques.

Ou seja: mais gordura sendo mobilizada, mais gordura sendo queimada.

E a massa muscular? O jejum atrapalha?

Pelo contrário. Ele pode ajudar na construção de músculo de melhor qualidade, por conta de um processo essencial chamado autofagia.

 

Entendendo o AMPK e a Autofagia

O exercício em jejum ativa o caminho metabólico AMPK, um sensor de energia celular. Quando os níveis de energia estão baixos (como no jejum), o AMPK estimula:

  • A utilização de gordura corporal
  • A autofagia — um processo natural de “limpeza interna”, onde o corpo recicla células e proteínas danificadas
  •  

E isso é fundamental para quem treina. Por quê?

 

A autofagia ajuda a “limpar” o tecido muscular antes de reconstruir

Masiero et al. — “A autofagia regula a regeneração muscular e a qualidade das fibras musculares após o exercício”, publicado no Journal Cells

O estudo demonstrou que, quando a autofagia está inibida (como em estado alimentado constante), a recuperação muscular é comprometida.
Detritos celulares permanecem nas fibras musculares, interferindo na reposição de novas proteínas e, portanto, na qualidade do músculo formado.

É como tentar colocar móveis novos numa casa suja.
Sem a faxina (autofagia), o resultado é um acúmulo bagunçado, e não um músculo funcional e saudável.

E se eu treinar sempre alimentado?

Você até pode, mas está perdendo a oportunidade de recuperar e construir massa muscular com mais eficiência.

Além disso, alimentar-se constantemente interrompe os ciclos naturais de regeneração, e pode estar dificultando seu progresso mesmo com esforço.

Conclusão: Exercício em jejum é uma ferramenta poderosa, se bem usada

Ele:

Queima mais gordura
Estimula a autofagia
Melhora a regeneração muscular
Potencializa o crescimento de músculo de qualidade

Mas atenção: não é para todos em todos os contextos.
Se você está iniciando, tem baixa reserva energética, hipoglicemia reativa ou condições clínicas específicas, fale com um profissional antes.

Quer um protocolo pronto com treino + jejum + alimentação estratégica para queimar gordura com saúde?

Participe do nosso Desafio de 10 Dias da Ceto Saudável.

  • Elimine até 4kg com acompanhamento completo
  • Tenha um time inteiro ao seu lado
  • Mais de 10 mil alunos e alunas já transformaram seu corpo e quebraram o ciclo do vai e volta

Últimos posts

Acompanhe meu trabalho

© 2025 · Ceto Saudável · Rodolfo Gebin - Todos os Direitos Reservados.