
A esteatose hepática — popularmente conhecida como “gordura no fígado” — é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de triglicerídeos nos hepatócitos. Ela pode ocorrer com ou sem consumo de álcool, sendo a forma não alcoólica (NAFLD) cada vez mais comum, impulsionada pelo estilo de vida moderno: excesso de carboidratos refinados, sedentarismo e resistência à insulina.
Trata-se de um problema silencioso: muitos só descobrem em exames de imagem de rotina, mas ele pode evoluir para inflamação (esteato-hepatite), fibrose e até cirrose se não for tratado.
A boa notícia? A esteatose hepática é reversível. E a dieta cetogênica, quando bem executada, tem se mostrado uma das estratégias mais eficazes para isso.
Ao reduzir drasticamente o consumo de carboidratos e aumentar a ingestão de gorduras boas, o corpo entra em cetose — um estado metabólico em que as cetonas, produzidas pelo fígado a partir de gordura, viram o principal combustível.
Esse estado promove:
Oxidação acelerada de ácidos graxos, inclusive os armazenados no fígado;
Redução da lipogênese de novo (produção de gordura a partir de carboidrato), que é uma das principais causas da gordura hepática;
Melhora na sensibilidade à insulina, um dos fatores mais importantes na gênese da esteatose hepática.
📊 Estudo de 2020 publicado pela Proceedings of the National Academy of Sciences mostrou que uma dieta cetogênica reduziu em 31% a gordura hepática em pacientes com sobrepeso em apenas algumas semanas DOI: 10.1073/pnas.1922099117.
Aqui vão três estratégias bioquímicas que funcionam em sinergia com a cetogênica para limpar seu fígado:
1. Jejum Intermitente
Ao estender os períodos sem ingestão de alimentos, você favorece a mobilização de gordura hepática e a produção de corpos cetônicos. Estudos mostram que o jejum também reduz marcadores inflamatórios e melhora enzimas hepáticas.
🔬 Um estudo de revisão de 2021 no Nature Reviews Endocrinology apontou que restrição alimentar intermitente reduz significativamente gordura no fígado, mesmo sem perda de peso substancial [DOI: 10.1097/HC9.0000000000000212]
2. Colina: A Nutriente-Chave para o Fígado
A colina é essencial para o transporte de gordura para fora do fígado, via lipoproteínas VLDL. Sem colina suficiente, a gordura “empaca” no fígado.
Fontes ideais:
• Gemas de ovo
• Fígado bovino
• Couve-flor e brócolis
🔬 A deficiência de colina foi associada ao desenvolvimento de esteatose hepática em humanos em diversos estudos controlados (Fischer et al., J Am Diet Assoc., 2007).
3. Corte o Mal pela Raiz: Evite os Inflamatórios
A cetogênica só funciona bem se for feita com comida de verdade.
❌ Evite
✅ Prefira
A esteatose hepática não precisa evoluir para quadros mais graves. Ela é totalmente reversível com uma abordagem alimentar estratégica, que trate a raiz do problema: resistência à insulina e excesso de carboidratos refinados.
A dieta cetogênica, associada ao jejum intermitente, consumo adequado de colina e eliminação de inflamatórios, é uma arma poderosa para regenerar seu fígado — sem depender de medicamentos.