
A tão temida “pochete” incomoda muita gente.
Durante anos, ouvimos que não existe queima de gordura localizada, que o corpo queima gordura de maneira geral e aleatória. Mas será que isso ainda é verdade à luz da ciência atual?
A resposta é: sim, é possível estimular a queima de gordura em regiões específicas, com estratégia, coerência fisiológica e estudos científicos para apoiar essa ideia.
Por muito tempo, a resposta era simples: “não adianta fazer 1000 abdominais achando que vai queimar barriga”.
E ainda é verdade que só o abdominal não resolve.
Mas a ciência mais recente mostra nuances importantes.
Estudo 1 — “A lipólise regional é influenciada pelo fluxo sanguíneo local durante o exercício”
Autor: Stallknecht et al., publicado no American Journal of Physiology
Este estudo acompanhou homens realizando exercícios aeróbicos localizados. O resultado?
A lipólise (quebra de gordura) aconteceu de forma sistêmica, mas com maior intensidade nas áreas musculares que estavam sendo diretamente ativadas.
Isso se deve a dois fatores:
Sim. Quando há mais sangue fluindo para uma região muscular, há mais entrega de catecolaminas naquele local.
E mais: o aumento da temperatura local no músculo também favorece o processo termogênico, contribuindo para a queima de gordura adjacente.
Mas e se somarmos esse treino com o jejum?
Estudo 2 — “Mobilização de gordura localizada é amplificada pelo exercício em jejum”
Autor: Hansen et al., publicado no Journal of Physiology
Os participantes que treinaram em jejum tiveram um aumento significativo na queima de gordura nas áreas musculares mais ativadas, em comparação com o mesmo treino feito em estado alimentado.
Isso ocorre porque, em jejum, as catecolaminas estão muito mais ativas no organismo, e com o treino direcionado, são enviadas para áreas específicas, ampliando a ação local.
A ciência já deixou claro que o corpo responde a estímulos bem direcionados.
Agora veja como aplicar isso no dia a dia:
Treinar em jejum é uma ferramenta metabólica poderosa — e não tem a ver com “passar fome”, e sim com estratégia hormonal.
Estudos mostram que compostos como EGCG do chá verde aumentam a ação e a duração das catecolaminas no corpo.
Ou seja: ele ajuda a manter o sistema queimando gordura por mais tempo.
Silva et al. — “Estimulação do sistema nervoso simpático com exercícios anaeróbicos localizados”
Publicado no Jornal Brasileiro de Fisiologia, o estudo observou aumento na queima de gordura e estímulo do sistema nervoso simpático em treinos HIIT curtos focados na parte superior do corpo.
Não se trata de “milagres localizados”.
Mas sim de entender a fisiologia e usar ela a seu favor: o fluxo sanguíneo, as catecolaminas, a temperatura local e o estado de jejum são ferramentas que amplificam a queima em áreas específicas.
Não é só sobre queimar mais.
É sobre queimar melhor — com inteligência e ciência.
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